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Empreendedor nasce ou se constrói?

Primeiro, questionemo-nos: qual necessidade a curiosidade busca suprir? Será que ela serve para nos conformarmos ou para justificar a falta de sucesso? Essa reflexão é o ponto de partida para entendermos as características que guiam um empreendedor, tanto por natureza (FRANCO) quanto por comportamento (CONDUTA).

A princípio, poderíamos classificar os empreendedores em diferentes tipos, mas as características muitas vezes se confundem devido à fase de vida em que estão. Eu mesma vivenciei todas essas fases e posso afirmar com segurança.

Quando criança, eu já demonstrava traços empreendedores, negociando minha mão de obra na escola japonesa, responsabilizando-me por levar Origamis originais às sextas-feiras para que meus coleguinhas pudessem reproduzi-los. Essa experiência me fazia sentir útil e especial, e assim, eu tinha motivação para frequentar a escola japonesa dos 8 aos 14 anos. No entanto, ao ingressar no SENAI, a dificuldade de conciliar o tempo me fez afastar da escola japonesa, e em troca, a professora me presenteou com uma guilhotina, o que me deixou orgulhosa.

Como adolescente empreendedora, mesmo sendo a segunda de 4 irmãos, uma frase marcou profundamente minha mente: “você precisa devolver tudo que investi em você”. Para equilibrar os estudos, organizei o sistema de caronas solidárias para conseguir dormir alguns minutos a mais todas as manhãs. Paralelamente, eu já tinha um pequeno comércio de venda de amendoim, que minha mãe produzia para ajudar a custear meus desejos, como experimentar o bandejão ou ir ao cinema com as amigas.

Na fase adulta, já casada e com características empreendedoras femininas, dei continuidade àquilo que descobri gostar: criar. Desenvolvi minha linha de cartões tridimensionais e comecei a atender grandes empresas. Algumas das características que me identifico como empreendedora são:

  • Inquietação constante.
  • Busca contínua por satisfação.
  • Realização de projetos.
  • Autoestima elevada.
  • Paixão por desafios e realizações.
  • Poucas horas de sono.
  • Sensação de uma chama interna que nunca se apaga.

Essas características não são inatas, mas sim fruto de uma construção ao longo da vida. Estudos em psicodinâmica revelaram que muitos desses traços começam desde a gestação, como a ansiedade da mãe, a expectativa sobre o gênero da criança e até mesmo experiências como a “falta de leite”, que representa a falta de acolhimento. Minhas vivências me fizeram consciente dessa construção, e sou grata por ter desenvolvido independência, resiliência e responsabilidade.

Contudo, existem pontos negativos nesse perfil empreendedor:

  • A busca incessante por novos empreendimentos, levando à falta de foco.
  • A falta de receio em arriscar.
  • A arrogância ao comparar-se com a velocidade de outros.
  • A impaciência e sobrecarga.

Tenho consciência desses pontos e trabalho diariamente para superá-los.

O perfil de empreendedor por conduta, por outro lado, é mais funcional e tem os pés no chão. Geralmente, são pessoas que gostam de cálculos e sonham com projetos paralelos ao que já possuem. Eles muitas vezes precisam de um coaching para ganhar coragem e têm dificuldades em improvisar.

Minha própria experiência como empreendedora franco me mostrou que, com o tempo, minha etnia acabou moldando-me de forma mais funcional. Isso me levou a refletir sobre como a personalidade do empreendedor influencia a empresa e os colaboradores. Muitas vezes ouvimos a frase: “a empresa tem a cara do dono”, e isso é verdade, pois a forma como o empreendimento é conduzido impacta a equipe e a produtividade.

Espero que, através deste canal, eu possa contribuir um pouco para todos os empreendedores, tanto os que têm traços naturais (francos) quanto os que desenvolvem sua conduta empreendedora. O objetivo é fazer a diferença não apenas nos negócios, mas na vida das pessoas que nos rodeiam, gerando harmonia, compreensão e crescimento mútuo.

Que todos vocês, empreendedores, encontrem sucesso em suas jornadas, tanto em suas empresas quanto em suas famílias e com seus colaboradores. Afinal, nossa missão é grandiosa e complexa, mas podemos fazer a diferença com nossas atitudes e comportamentos.

Fiquem bem!